terça-feira, 28 de abril de 2009
Acordar do Coma...
Corpo dormente e alma adormecida...
Vida em ilusões de Vida despida
Num contraste de sentir que não se sente,
Onde até o nosso corpo inacreditavelmente
Mente...
Um baque surdo no chão...
Um esvanecer de um não.
Adormeci...
Esqueci...
Por um bem superior,
Talvez um futuro redentor.
Julguei ser um sonho, um estar
Sereno nas emoções e razões.
Mentira... Longe estive de meu lar,
Rodeado de tigres e leões...
"Abre os teus olhos..."
Abro a custo... Levo estalo na face
Do que sou e inevitavelmente fiz.
Olho em frente e vejo algo feliz!
Um fardo saído de cima, um Sol que me aquece
Saúdo-te Sol! Fere os meus olhos!
Mostra-me esse teu calor
Esse teu doce e terno ardor
Que me acordou da dormência,
Que me evitou entrar em demência...
Esses teus olhar... Doce...
Essa tua voz... que me dá a mão...
Mostra-me merecedor de um futuro que fosse
Meu!... Aquece-me como eterno Verão!
Sorrio frente a um Sorriso!
Olho mais em frente
Ainda mais prudente,
Surpreendido com o que vem sem aviso!
"Já abri os olhos!..."
Obrigado!
terça-feira, 21 de abril de 2009
Muralhas…
Sinto as arestas polidas
De fortificação sempre recente,
De dor e engano construídas
Para defesa de coração e mente.
Sinto o medo de quem lá vive,
Atrás das muralhas onde já estive...
Nas minhas muralhas já abri alguns portões,
Embora também tenha medo de ladrões!
Já sorri e chorei empoleirado
Em ameias dos meus sentimentos,
Defendendo-me do exército empoeirado
Querendo dar-me alguns tormentos.
Alguns conseguiram, outros não.
Outros tentaram e lutaram em vão.
Eu chorei e construi novas muralhas
Para me proteger de algumas falhas.
Mas dou por mim de tempos a tempos
A derrubar pedra e argamassa,
Pois as lições aprendidas a passos lentos
Tão marcadas em tantos tentos.
Não interessa o número de muralhas que faça...
Podem haver pessoas de bem à porta de minha casa.
Sorrio ao ver outros castelos no ar,
Construídos com pedras iguais!
Mostro também as minhas ruínas sem par,
Com alguns portões de pé!...
Pois como quase tudo na Vida,
É uma questão de fé.
Porque medo toda a gente tem…
Porque a Vida vive-se aprendendo lições,
Todas as muralhas eventualmente se derrubam
Para ficarem simples recordações,
Reminiscências do que já interiorizámos:
Para a próxima já sabemos o que realmente queremos!
Ad Lucem!
A Luz!
Para a Luz, dirigindo quem está in absentia do seu intento, justapondo apenas alguns factos que ferem o olhar e desonram o Ser Humano; Encontram-se os Homens que buscam a logos major da Existência enquanto seres responsáveis pelas suas opções e decisões, tentando compreender a ciência das suas responsabilidades.
Há quem tenha a Missão, outros o capricho, outros a apetência e ainda outros que têm o capricho da apetência pela Missão (qual deturpação do seu nobre significado).
Há quem tenha medo, mas tanto medo que se refugiam (e com a razão a seu lado) em castelos no ar, pois não passam de gatos escaldados que da água fria têm medo: Horrescit gelidas felis adustus aquas…
O Sábio diria “Nosce te ipsum” a quem não se conhece a si próprio, acabando com um “Oculus animi index”, Porque os nossos olhos serão sempre a janela da nossa alma, e só de nós depende avistar a Luz que rasga a escuridão do dúbio e incerto.
As janelas que nos trazem a Luz sempre lá estiveram. Nós é que, vivendo no nosso umbigo, ainda não olhamos para elas e nos apercebemos que de facto não há escuridão. A Escuridão é fabricada pelo Homem!
Bem hajam! =)
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Em breve...
Isto de respirar, tem muito que se lhe diga...
Saber reconhecer as dádivas diárias... É beber
Arte, Beleza, Emoção, Razão em Plenitude de Alma Viva!
Porque viver o dia
Como se fosse o primeiro,
É paz e felicidade que queria
Neste mundo calculista e matreiro.
Porque esperar o amanhã
É um luxo ao qual estou habituado,
Como doce fruto de Verão
Na sombra de sol médio e torrado:
Um prazer para o coração.
Porque a Vida ensinou a apreciar
As dificuldades e a abraçar
As virtudes, porque existem lições
Sempre a nos colocar em boca de leões,
Ou a nos levar em braços de anjos
Alimentados por infinitos beijos!
Porque Conheci, Porque Apreciei,
Porque de certa forma, Vivi,
E cheguei à conclusão de que Adorei...
Vejo-te em breve! =)
sábado, 18 de abril de 2009
Eu, em 33 respostas
Em resposta ao desafio lançado pela Mona Lisa no seu blog, aqui vão umas perguntas e respectivas respostas, supostamente para esclarecer quem não me conhece em 33 itens. Não obstante, devo avisar que jamais serei reduzido a estes 33 itens como factos absolutos e finitos sobre a minha pessoa.
1)- Nome?
Henrique Pereira
2)- Porque lhe deram esse nome?
Perguntem aos meus pais, mas o que sei é que estive para me chamar Afonso, queria minha mãe por capricho, mas ela decidiu homenagear o meu pai propondo o segundo nome do meu pai (Manuel Henrique de A. P.). Isto tudo também porque na Universidade de Coimbra toda a gente tratava o meu pai por Henrique, e a minha mãe teimava em trata-lo por “Manel”. Logo o meu nome apareceu não só como homenagem mas também por pirraça.
3)- Você faz pedidos às estrelas?
AHAHAHAH… Por favor… Get real! Mas já houve o tempo em que olhava de outra forma para as estrelas como quem “quase” pedia desejos.
4)-Quando foi a última vez que chorou?
Um homem não chora. Mas a última foi quando a F.G. faleceu e me lembrei do sorriso dela para mim 2 dias antes e a expressão “ai filho… Estou gorda e feia, esta hidrocortisona está a dar cabo da linha. Obrigado por estares aqui, tu e o resto do pessoal!”.
5)- Gosta da sua letra?
Não tenho opinião sobre a minha letra, mas até não desgosto.
6)- Gosta de pão com o quê?
Queijo fresco, alface, tomate, oregãos e salmão. O pão se for de cereais fica a matar, e de vez em quando meto um pouco de “sour cream”
7)- Quantos filhos tem?
None, whatsoever… Tudo a seu tempo, até porque gostava de ser pai: babado e dedicado.
8)- Se fosse outra pessoa seria seu amigo?
Obviamente!
9)- Saltaria de bungee-jump?
Uhm… Acho que não… Preferia talvez Sky Diving, mas não faço disso uma cousa obrigatória na minha Vida.
10)- Desamarra os sapatos antes de tirá-los?
Não.
11)- Acreditas que és uma pessoa forte?
Sim! Não no sentido de levantar 200kg como quem levanta 2kg.
12)- Gelado favorito?
Straciattella (Häagen-Dazs. E alguns gelados da Emanha)
3)- Vermelho ou preto?
Gosto da combinação dos dois.
14)- O que menos gostas em ti?
Perfeccionismo. Ansiedade. Preocupação exagerada.
15)- O que mais gostas em ti?
Transparência, Sinceridade, Fidelidade. Muita dedicação, persistência e optimismo.
16)- De quem sente saudades?
De quem eu quero estar sempre presente.
17)- Descreva que roupa e calçado está a usar agora.
Jeans escuras, T-shirt lilás e preta. Tenho uns sapatos-ténis pretos.
18)- Qual foi a última coisa que comeu hoje?
Foram duas maçãs e uma taça de cereais (Às 3 ou 4 da manhã, já não me recordo da hora exacta), mas agora vou fazer o meu almoço: Salmão fresco com bróculos e batatas das pequenas no forno.
19)- O que está escutando agora?
O som do silêncio com alternância de chilrear de pássaros, o vento a passar nas árvores, e uma queda de chuva ocasional.
20)- A última pessoa com quem falou ao telefone?
Com o Pedro P. mesmo há uns 10 minutos atrás.
21)- Bebida favorita?
Depende da ocasião. Gosto tanto de um bom vinho às refeições como de água ou sumos no resto do dia. Devo admitir que tenho uma queda ENORME por chás!
22)- Comida?
A que é feita pela minha mãezinha e por mim. Mas de resto também não sou muito esquisito, desde que esteja bem confeccionado e por quem o confeccionou com toda a dedicação.
23)- Último filme que viu no cinema e com quem?
:( …Não me recordo… Juro! Já vai algum tempo…
24)- Dia favorito do ano?
Não tenho nenhum dia em especial… Talvez o dia em que esteja de férias e apreciar a Vida sem as responsabilidades do dia-a-dia.
25)- Inverno ou Verão?
Verão, Outono, Inverno, Primavera. Cada estação tem uma cousa, no mínimo, da qual eu gosto. Mas a única estação para a qual eu faço contagem decrescente é mesmo o Verão.
26)- Beijos ou abraços?
Indiferente. Gosto dos dois desde que sejam sentidos.
27)- Sobremesa favorita?
Salada de fruta ou simplesmente fruta.
28)- Que livro está a ler?
Estou a reler Isabel Allende “Retrato a Sépia” (tive de comprar outro porque o que tinha emprestei e ainda não mo devolveram) e a reler também Carl Sagan “Dragões do Eden”. De vez em quando vou lendo um conto ou outro de Edgar Alan Poe. Isto tudo enquanto tento adormecer e em dias alternados, e em meia hora da minha hora de almoço.
29)- O que tem na parede do seu quarto?
Um espelho, um quadro de um veleiro, uma caricatura minha de perfil, um poster de uma composição que um amigo meu fez (ele é arquitecto e tem muito jeito para artes gráficas) mais outra composição dele também com fotos do pessoal.
30)- Filmes favoritos?
Tantos… Cidade dos Anjos, Goodbye Lenine, O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, Amor Cão, 21 gramas, À Prova de Morte, Chocolate, O Estranho Mundo de Jack, Gladiador, Big Fish, Lost in Translation (O Amor é um Lugar Estranho), Shine – Simplesmente Genial, O Pianista, O Piano…
31)- Onde foi o lugar mais longe que já foi?
A minha imaginação optimista. Fisicamente o mais longe onde estive foi Londres.
32)- Uma música?
Todas! A música é muito especial para mim…
33)- Uma frase?
…Não Procures, Deixa-te Encontrar…
Bem, Sintam-se TODOS desafiados a fazer o mesmo que eu fiz! Tenho de ir fazer o meu almoço…
Bem hajam!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
O Rapaz da Praia
Havia uma vez, um rapaz,
Que na sua singela paz e
Sincero na sua simplicidade,
Sem preocupação na idade,
Me dizia um dia almejar,
As cores do mundo pintar,
As melodias dos pássaros agarrar
Para um dia tudo mostrar.
Ele lá foi caminhando na areia
Despreocupado com a maré cheia
De obstáculos e preocupação
Que teimavam em lhe abrandar o coração.
Fiquei apreensivo...
Coloquei em causa a razão
E o sentimento que transbordava
A mente de quem é pensativo.
Coloquei em dúvida um "não",
Talvez um "sim"... Uma fé enganada?
Como podia o rapaz seguir caminho
Com tantos estalos, lágrimas e chuva,
Em direcção ao Sol, com promessa de carinho
E uma esperança ténue e turva?
...Continuou voltando-se para trás
Para se certificar que ainda lá estava
E esboçar um sorriso que teimava
Em me mostrar que não era desejo fugaz:
Era a sua fé e vontade inabalável
De concretizar os sonhos dos Homens.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Frio e Chuva
Ironia das ironias, fui lá fora arejar esta cabeça de vento, na esperança de fazer mais uma tábua rasa de alguns sentimentos confusos e estranhos. Senti um frio arrebatador que me empurrou de novo para casa, com ameaças de uns “choviscos” e algumas lágrimas no meu rosto.
Não! Eu consegui fazer com que não chovesse em mim e com que não chorasse na calçada! Mas meti-me à janela desta noite escura, fria e húmida. Contemplei as árvores dançando no chuveiro, os gatos e cães à procura de abrigo, a relva brilhando à luz do candeeiro e chuva que caía copiosamente na Terra de onde veio.
Sorrio e só me apetece morder o lábio! Como quem não quer desistir do belo que encontrou, mas que sabe que provavelmente não é para mim. Apercebo-me da definição de “Vontade” segundo o coração: Por muito que eu queira, há razões que nos levam tendencialmente para junto de quem realmente gostamos, porque é essa a nossa vontade. Podem cair governos, podem haver separações de fronteiras, pode cair o céu em cima de nós, porque nesse momento não há nada que nos demova! Ponto Final!
“E heis que ela bate no vidro, trazendo a saudade…” Pois sim… Traz a saudade… Traz-me a Vontade de não parar de lutar. Porque há cousas que eu também quero: Cheirar o teu perfume, ter-te ao meu lado, conversar até o infinito contigo, correr até ti, sorrir, chorar, ouvir os sons do mundo e conjecturar hipóteses acerca da existência do mesmo, filosofar acerca da Vida, partilhar, ouvir a tua voz como resposta… simplesmente estar.
Neste momento de noite fria e molhada, deixo o meu desejo de não desistir como estandarte da minha existência. Sou teimoso? Exagerado? Cego? Iludido? Nada conformado?…
Bem hajam…
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Incenso e Velas
"Será demasiado tarde?"
Pergunto-me no meio
De divagações egoístas, eu creio...
"Que faço eu da minha parte?"
...Esqueço-me das opções
Do mais provável e centro-me em soluções
Que me parecem mais... estóicas
Sim, porque fazer de conta
Que nos passa ao lado
O que nos leva a triste fado,
Deixa sempre a nossa alma pronta
Para novo e imprevisto, emocional estado...
Julguei que tudo correria bem.
Julguei que continuaria sem
Ilusões estúpidas que o invisível
Me criou... Até me parecia credível!
Não me enganei a respeito
Da essência de quem gosto.
Não é disso que agora duvido...
Nunca pensei levar tanto a peito
As conversas do que é nosso
Sem a proximidade e seu crivo.
Foi antes a intensidade
Imprevista da qual não tinha certezas
Estúpida a minha idade, afinal
Nunca existiram Raposas "presas"...
É por isso que hoje estou assim
Com uma sensação de não haver um fim,
Nem um começo, nem uma continuação.
É um estado de pura indefinição.
O espírito pede-me meditação,
Com a racionalidade que sempre me salvou
Nos momentos de estranha emoção,
Não sei se em mim algo parou...
Não sei se algo poderá recomeçar
Deixo arder o incenso no ar,
Com a calmante luz de velas acesas
E um doce perfume para me recordar
Que, no fundo, ninguém tem defesas.
domingo, 12 de abril de 2009
És um pouco estúpido, sabias?
Olho hoje para o infinito desta escuridão que absorve inteiro neste cenário bucólico e silencioso. É nesta terra que me deito na relva e olho o céu nocturno em busca de respostas a perguntas retóricas que profiro, numa vã busca pela razão de ser dos máximos e mínimos numa Vida igual a tantas outras: A minha!
É incrível como uma terra de planícies, com perto de meia dúzia quilómetros até à civilização mais próxima, sem qualquer distracção a não ser o barulho das criaturas da noite, do miar de gatos e ladrar ocasional de um ou outro cachorro, me leva numa viagem introspectiva. Os barulhos calmantes da interacção da atmosfera com a flora também contribuem, vulgo o vento a passar nas folhas de choupeiros e chorões, a água a correr entre azedas, margaridas, rosas e girassóis de jardim… Revejo-me neste local e estado sempre que preciso, sempre que um pouco de solidão ajuda a colocar dúvidas no sitio certo e a colocar as respostas na linha de espera (que no fundo não quero saber).
Olho para as estrelas numa visão pseudo-romântica e cismo sobre a ironia de alguns factos da minha vivência: aparecem pensamentos como “És um pouco estúpido sabias?” ou “Deixa estar… O teu futuro está repleto de surpresas agradáveis! Não te preocupes, tudo ficará melhor que agora”, ou “Era bom demais para ser para ti não era?”, ou “Porra! Seria melhor deixares-te dessas m€rd@s! Get a grip on yourself man!”, ou mesmo pego em algumas lições de outrora e tento associar todas mais um punhado de pensamentos de sábios e filósofos falecidos numa única chave-mestra que me tire deste entorpecimento parvo.
“Se tu choras por ter perdido o sol, as lágrimas impedir-te-ão de ver as estrelas.” Seria o que Saint-Exupérie me diria se estivesse vivo e se me conhecesse pessoalmente… Mas, oh que porra! As estrelas vejo eu muito bem! A vias láctea e umas duas galáxias a mais a olho nú, as constelações que não me lembro do nome mas que me divirto a ver a sua forma e baptiza-las de novo… Portanto a so called “razão” diz-me que não estou assim tão mal! Por outro lado também não estou bem… :X
Tento sorrir à musa a ver se ela me responde.
Nada… Nada?… Ah… está ocupada. Faz ela muito bem. Faltam é as minhas respostas. Mas se calhar estou a ser demasiado egoísta até mesmo nesta diarreia mental que me absorve agora.
Parou a rima então… parou por instantes o coração… Parou por instantes a emoção que me guiou a razão… Mas isto é rimar! Oh Meu Deus! A rima prometeu comigo sempre estar! Agora não tenho como lhe escapar!… Estarei louco?…
Fiquem descansados… Apenas estou um pouco introspectivo, mas não louco, nem tão pouco sem a razão ou a emoção… Vocês não têm culpa destas diarreias mentais, no entanto, algum acabou por ler até aqui. Lamento.
No fundo, isto é mesmo falta de férias. E falta de algum calor! A noite já está a arrefecer demais para ficar aqui sem manta ou uma bebida quente, e também não me está a apetecer ir buscar nenhum deles. Vou para dentro e preparar-me para voltar à cidade que me me acolheu nos seus braços frios e cruéis da distância e da indiferença ao retorno de mais um habitante.
Bem hajam.
sábado, 11 de abril de 2009
Por instantes deixei de pensar…
“Chaaron dishaaon mein ye daastaan ho
Ek dil, ek rang, ek yaan
Sarhad nahi he koyi yahaan
Khuli ye zameen he, khula aasmaan”
Quantos de nós já não ficaram,
Suspensos e pendurados
Em momentos de abstrações
E sentimentos, que viajaram
Para longe de alguns derrubados,
Por vicissitudes e corações?
Quantos de vós já encontraram
Alguma paz relativa no cortar
Linhas de pensamento e sentimento,
Para evitar relativo tormento
E permitir um melhor respirar?
Quantos de nós já o tentaram?
Deixar ir, deixar estar…
O que nós merecemos acaba
Sempre inevitavelmente por voltar,
Seja um momento de felicidade alada
Ou um sofrimento que merecemos encontrar.
Agora deixo de pensar…
Deixo de reflectir sobre o sentir,
Sobre o que posso ou não sonhar,
Sobre o que no futuro poderá existir…
Não procurando e deixando-me encontrar.
Agora pensei muito em todas as direcções:
Deixar a filosofia ser “um coração, uma cor, uma alma”,
Porque em mim e aqui não existem fronteiras,
A terra está aberta, e aberto está o céu.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Home alone...
Preparo a noite para um jantar
A dois que não estão,
Onde apenas eu irei estar
…Conformado no coração.
Sorrio apercebendo-me da noção
De tempo que é relativa,
Que me leva a crer que são
Apenas momentos à deriva
Rumo a um futuro melhor.
Definitivamente, um lema que sei de cor!
Preparo a refeição com carinho
E dedicação nos ingredientes
Que escolhi, nada adstringentes
E regados com um pouco de vinho
(para dar um sabor mais encorpado),
Combinando tons melífluos e aveludados,
Tal como numa tela o contraste
É pintado com pinceladas “quanto baste”,
Para os temperos não se tornarem exagerados
Ou dissimulados…
Ponho a mesa para dois,
Uma vela e pano vermelhos.
“Não sabeis que esperada sois?”
Um sumo de vermelhos frutos
Ou um bom vinho para acompanhar?
… Já me dava por feliz se aqui pudesses estar…
Acabo o jantar sozinho.
Levanto-me saciado mas
Com um sentimento de vazio:
A saudade.. que é no entanto um doce estio…
É por isso que sorrio, enquanto afago
As teclas do piano, à luz da vela
Tremeluzindo sombras que apago
Em músicas dedicadas à Musa Bela!
Quero a realidade!
Sei que apenas é um imaginário
Preenchido, por desejos de verdade
Num simples, puro e constante corolário:
O Teu íntimo tocar com sinceridade.
Um singelo e discreto desejo de teu te tornar.
Acabo assim com estes romantismos
Que podem ser mal interpretados,
Não vão eles ser confundidos por eufemismos
Da minha vontade, ou mesmo simplesmente enganados…
(P.S.: antes que perguntem… Não tirei foto ao meu jantar, portanto a foto que vêem no inicio do “post” é apenas ficcional, mas tem alguma da envolvência que quis transmitir)
domingo, 5 de abril de 2009
Imaginar
"The force between two opposite charged masses, depends on the amount and distribution of charge in each body, the distance between them. The force is inversibly proportional to the square distance between the two bodies resulting in moderate atraction when removed from one and other, but in exponential greater atraction..." "... and towards one and other and colide in a cycle. The blisteration depends of the elasticity of the colision. The bodies will ultimately come to rest together with the inicial potential energy of their electrostatic atraction having been dissipated through the kinetic energy of their colision..."
Passo horas sem fim
Tentando encontrar razões
Que a mente, em grande sufrágio,
Escolhe para me deixar assim:
Saudoso, cantando refrões,
Evitando o esquecimento ou naufrágio.
Reencontro quem mais gosto
Em diálogos interiores
Com quem eu conheço de rosto
Que, paradoxalmente, nunca vi...
Conversas que me fazem ver todas as cores
Do espectro a preto e branco que vem de ti.
Pergunto-me se serás sequer real...
Sorrio por isso, aquando de interrogações
Aparentes, pois são mais o espanto
De quem prefere sentir também com reflexões:
Sei que é bom, quero que seja verdadeiro,
A testemunha será o meu coração inteiro!
Acabo por imaginar mais um dia,
Em músicas, palavras e passos de dança,
Puros reflexos do que eu mais queria!
Por isso... Não vou deixar morrer a esperança!
…enormes e saudosos!
Porque sim…
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Quem és tu?
Quem és tu? Quem és tu que me faz acordar contigo, adormecer contigo, sorrir o dia inteiro contigo, sonhar contigo?… Que feitiço é esse que me levou onde não pensava que pudesse existir tal futuro tão presente para mim?
Que tesouro é esse que fui achar no fim do arco-íris? Quem és tu que me deixas tão… assim??? Sorrio e sinto saudades, apertos cá dentro dos que nos lembram a saudade, voltas na montanha russa por terras de rosas vindas direitas para este local à beira-mar plantado…
Alguns diriam que estou louco, outros diriam que é esta loucura que me salva da excessiva seriedade do que me rodeia, que é este ânimo que trás o melhor de mim e que só pode haver uma pessoa especial para me fazer sentir assim…
LOL! Eu sou alegre por natureza! Obviamente tenho os meus baixos… mas por norma tenho sempre um sorriso para oferecer! O curioso é que ultimamente me tenho andado a perguntar o quanto do que passo hoje não é fruto da minha imaginação fértil e desejo de ser encontrado numa situação que eu sempre desejei. É por isso que hoje me pergunto: “Quem és tu… miúuuudaa!”
Isto não é loucura! Só estou a ser simplesmente eu no meu melhor! =D
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Tango… Again…
Caríssimos leitores, amigos e curiosos…
Hoje tenho a anunciar que estou, de novo, “infectado” com a patologia desejo-ardentemente-aprender-a-dançar-tango-e-não-sei-como-ou-se-tenho-sequer-o-jeito. Sem dúvida, uma das patologias com maior extensão de letras em todos os anais de medicina e psicologia.
A fisiopatologia desta afecção, que tanto que causa transtorno a estas horas, ainda está por ser totalmente explicada cientificamente, não obstante, é de referir alguns sinais e sintomas importantes:
- Sensação de calor e rubor;
- Vontade de criar um espaço livre de qualquer obstáculo com o mínimo de 10m^2;
- Vontade de comprar todos os manuais de tango;
- Audição obsessiva/compulsiva de Gotan Project e Astor Piazola;
- Irritabilidade por não ter par;
- Ansiedade… sem causa aparente… =S;
- Parestesias ocasionais;
- Astenia aquando da execução de outras tarefas mais produtivas e que nada têm a haver com ouvir tango e tentar desesperadamente dança-lo com uma mopa (na falta de companhia)
- Esperar que a mopa nos ensine as posições dos pés e passagens entre passos;
- Ouvir a mopa com atenção;
- Responder com o nosso alter-ego… (no comments)
- Astralgias agudas por apoiar mal os pés e torção de articulações;
- Equimoses por tropeçar sozinho;
- “faltisse-de-jeito” crónica e até hoj subclínica… (se bem que já desconfiava há mais tempo);
Por fim… Para minha inveja (sim! pecado mortal! Levai-me para o inferno), acabo por ficar a olhar para este par de sortudos que até sabe como dançar o tango! (se bem que eu já vi muito melhor):
Espero que me tenham compreendido… Se souberem de algum tratamento eficaz, não hesitem em me informar… Psicoterapia, hipnoterapia, aromaterapia, tudo o que acabar em –terapia e mesmo algumas aulas oferecidas de tango.
Obrigado por me aturarem…
Um grande, bem haja, para todos vós!