Hoje pego no fumo que me envolve
Como a morte envolve um defunto
Negando-lhe o bom deste Mundo
Mas proporcionando um prazer que nada resolve.
Olho para a cinza flutuando dos meus dedos
Desenhando figuras no ar que me atormentam…
Introspectivamente sinto cá dentro os medos,
Que o ócio, desesperadamente alimentam.
Sei que não me fazem bem,
Sei que este fumo me assassina aos poucos…
Mas sou eu que tenho a arma apontada a mim!
Sei que curar ansiedades com isto é próprio de loucos!
Sei que nada resolvo assim…
Apago a brasa incandescente no cinzeiro da vontade.
Essa vontade que me engana (é verdade!)
Ao Negar e Ceder ao prazer momentâneo
Que me sobe à cabeça como falacioso sucedâneo
Do bem-estar…
Vejo o fumo lá longe para trás
Deixo os prazeres nicotínicos num cemitério onde jaz
A cinza desse vício que me pode matar!
Para lá não quero olhar!
Um dia poderá assombrar-me, eu sei…
Mas há fumo lá longe…
Como um grito de uma besta que matei!
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