Um jardim no meio de tantos
Outros jardins deste mundo
Ignóbil e cruel, onde caiem cantos
De aves num só som doce e profundo...
Cantam melodias de fabulosos contos
Que animam flores diversas,
Árvores com botões florais prontos
Para a Primavera, e algumas ervas
Ruins.
É esta visão que nos meus olhos entra,
Como balsámo bucólico tão
Cheio de cores, perfumes e sensação lenta
De um estado quase de pura emoção!
Riu-me perante as contradições
De fauna e flora, Até que vejo uma Rosa...
Tão única, tão renegada de emoções,
Tão simples e racional como prosa...
- "Apenas uma Rosa, nada de especial", disse.
Mas és única para mim! Sobressaíste
No meio de todas as outras... Ela risse Jocosamente:
- "De que planeta tu caíste?"
Nenhum onde não houvesse dor...
Já reparei que usas uma redoma polida Em teu redor...
- "É para me proteger, Não me quero magoar com estes vizinhos..."
Mas és tu quem tem os espinhos!
Bem... ao menos vês racionalmente o que te rodeia...
Que fazer senão sorrir? Preparei um Vaso,
Junto de mim, como jardineiro de uma só flôr!
Pronto para dar alguma emoção e carinho a lento passo,
Esperarei por ela até o meu Sol se pôr!...
Será que um dia te mostras sem redoma?
Compreendo o teu receio...
Mas gostei do teu feitiço! Não sofro por isso...
Apenas espero com um sorriso!
7 comentários:
É o que fazemos por vezes - usamos redomas polidas,erguemos murros à nossa volta e criamos barreiras, umas vezes de forma consciente, outras inconscientemente. Não passam de defesas que todas as pessoas têm. Umas mais, outras menos..isso sim, mas no fundo esse tipo de comportamentos têm sempre uma explicação. beijos
Pois, esses comportamentos têm sempre uma razão subjacente e devidamente fundamentada do ponto de vista pessoal. No entanto, podemos sempre cair no exagero e tornar essa defesa numa limitação e barreira a nós próprios... Been there, done that... Quando isso acontece perdemos muito mais do que ganhamos ao nos proteger do que nos pode magoar.
Relembro-te Kant... As pessoas que tomam esta decisão de se refugiar têm de se conformar e assumir responsabilidades pelas suas consequências. Já para não falar da maior consequência de todas, a pessoal: Já verifiquei em pessoas que optaram por construir muros claustrofóbicos à sua volta de modo a se sentirem protegidas, que elouqueceram perante tal limitação ao fim de certo tempo...
Mas cada um é livre de fazer o que bem entende não é? =)
Desde que se sintam minimamente felizes e saibam reconhecer a felicidade quando a encontrarem. Afinal de contas o ser humano é acima de tudo um animal que soube adaptar-se às condições que o rodeiam!
Beijos e obrigado plo comentário! =) * * *
Quanto mais íntima é uma relação, mais condicionada está pelas forças psicológicas do inconsciente. Porquê? Porque quanto maior é a profundidade de relação, maior é a vulnerabilidade da imagem própria que se entrega ao outro sem defesas. Por isso, maiores são as defesas propostas pelo inconsciente. Penso que podemos aplicar isto à redoma, Henrik.
Ab
Só para dizer que concordo completamente com o Daniel;)
beijos Henrique
Ninguém gosta de sofrer e a fuga é bilológica.. redomas todos temos, de diferentes espessuras é um facto mas todos nós nos queremos proteger do sofrimento..
O complicado é q para para receber "daquilo q aumenta o coração" temos de arriscar..
Com o passar dos anos as cicatrizes vao-se acomulando e as "redomas" vao-se tornando mais resistentes ao mundo exterior..
Um abraço e bom fds!
Pois, concordo contigo Daniel, quando dizes "maior é a vulnerabilidade da imagem própria que se entrega ao outro sem defesas". No entanto as relações humanas são baseadas em muitas cousas, duas delas são a cumplicidade e a confiança. Sem estas as "redomas" e as tais protecções têm sentido, caso contrário só destroem o que de belo existe entre duas ou mais pessoas.
Transparência e humildade para admitir que não estamos sozinhos na Vida, acima de tudo!
Karlytus,
Quando dizes que "O complicado é q para para receber "daquilo q aumenta o coração" temos de arriscar..", eu não podia tar mais de acordo. De facto, e correndo o risco de falar contra mim, sem arriscarmos um pouco do nosso equilíbrio para alcançarmos alguma cousa mais sublime, temos de fazer sacrifícios... Uns resultam, outros nem por isso.
Prefiro pensar que o arrependimento está no que não fizemos e não arriscamos do que o contrário. Assim posso dizer que não tive medo e sei o que aconteceu, independentemente do resultado, eu tive a oportunidade de crescer enquanto pessoa.
O homem que sou hoje, tem mais de empírico do que teórico, e ainda bem!
Abraços!
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