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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Alentejo

Colinas doces, suaves
Ao toque das planícies
Pacíficas que tu fazes
Em gestos de brisas gentis,
Afagando a imensidão
Dessa terra que habita
Docemente no teu coração

Passo os dedos da tua mão,
Como quem não hesita,
Na flora dourada, outrora
Viçosa. Vida que o Sol roubou!

E nesta hora em que o tempo voou,
Ao sentires as palavras que te dou,
Musa és, nos teus olhos és Alentejo.
Mostras o Amor dessa terra,
Tão grande que eu vejo
E sinto como um doce e terno beijo.

domingo, 26 de outubro de 2008

Horas, Dias, Noites

Horas da minha vivência
Sempre numa doce sequência
De Felicidade e Tristeza,
Renegando a certeza
De horas bem passadas,
De tristezas bem renegadas.

Dias de confusão de quem espera
O que poderá vir do coração
E que inevitavelmente não vem.
Sabemos infelizmente o que já não se tem.
No fim só nos fica um pouco de emoção...

Noites solitárias de escuro intermitente
Nesta cidade onde tudo parece que mente,
Enganado-nos no sentir profundamente
Do que provavelmente amamos
No sono das felicidades que sonhamos

Mas as horas destes presentes dias,
Levam-me na ilusão não certa
Do que ontem decerto sentias
Mas que nesta noite o coração aperta...

domingo, 19 de outubro de 2008

Musa

Onde estás tu Musa minha?
Onde está esse tão bom sal
Que me faz sentir que tudo vale
A pena nesta agridoce Vida?

Para onde vais? Leva-me contigo
Senão tristemente aqui fico
Esmorecido, caído, perdido!...
Sem palavras, rimas ou poemas...
...um corpo sentido apenas.

Vida um dia de cada vez!
Quem já não o faz ou o fez?
A Musa não será sempre garantida,
A Liberdade assim o dita,
Pois ela é linda na sua inefabilidade,
Mas não na sua constância.

Digo-vos! É bem verdade:
Momentos de Dor e Distância
Dão valor aos de Felicidade
Amor e Sobrevivência.

Musa saudosa...
Espero tua sabedoria carinhosa,
Espero Amor inspirado
E alento para este Fado.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Verdade merecida

Esta noite, acolhedora em
Divagantes paradoxais pensamentos
Que me lembram do que já longe fôra
Chuva na minha face sem ressentimentos.
Chovendo lágrimas certas sem alento
Lembrando que à frente jaz o presente
Do momento que me faz frente,
Das esperanças que eu não alimento
Pelo menos é isso que tento...

Esta chuva que me escorre
Desta face que não quero esconder.
Mais! Decerto que não quero sofrer!
Não quero mais lembrar que morre
O bom que há nesta Vida e
O mau com que sempre se lida...

A chuva lava-me a alma nunca perdida
Na Arte que se torna refúgio mensageiro
Deste meu alento, perdido, mas meigo.
Leva-me para longe a tristeza nunca pedida

A chuva caí inevitavelmente na calçada,
Os animais refugiam-se da água
Que teima em cair e lavar a mágoa
Do dia e sua inexorabilidade enfadada

Mas sorri a Lua desta noite escondida!
Trás-me alguma traquilidade
A esta alma que espero não estar perdida.
É esta, por enquanto, a verdade merecida.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sol de Outono

Amanhecer na protecção
Da noite bela que já foi meu lençol,
Sentindo a humidade, esperando o Sol
Que não tarda em aquecer meu coração.
A bela madrugada é interrompida
Por passaros vagabundos na janela
Entreaberta na minha alma despida.
Chamam-me para fora da cela
Que não me prende na imaginação,
Liberta-me para o amanhecer
Solarengo da minha privação:
O sentir, o amar, o sorrir sem esmorecer!

Este esplendor do Sol de Outono
Sobe no céu que outrora era frio,
Tirando-me do abandono,
Estimulando a beleza que eu crio
Neste momento de nenhuma verdade...
Não é nenhuma mentira paradoxal.
Não é esta a arte em que tudo vale.
É sim o cantar de alguma felicidade!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Roubo?

Entrego o meu coração
A uma vitrine viva, o corpo meu
Exibo o bom que há mim e o já se deu
De gentil mão em carinhosa mão,
Sentimentos que o coração sempre cedeu.

Encontra-se, de todos, à vista,
Escondido de quem não o quer ver
Risse de quem quer compadecer
E chora por quem é humanista.

É o meu coração!
Quem lhe vem por a mão?
É bom ladrão! Pois rouba valor
Que não vale nada a simples ladrão!
Não há cristais, tesouros... só amor
E vontade de estar com outro bom coração...

Entregar simplesmente o coração
Sem este ser roubado,
É dizer que não é diferente da calçada do chão,
E que nunca poderá ser amado e cuidado.

Por isso insisto! Roubem corações!
Eles querem ser roubados!
Um dia à felicidade são levados
Com hinos de embalar e respectivas canções!

O Mundo pode amanha acabar...
Não desperdicem oportunidades
Para roubar ou deixarem-se furtar!
Esperam-nos bons momentos envoltos em doce "amar!"
Boas alturas para não ligar a idades!
Simplesmente deixem-se amar!
Deixem-se roubar!