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terça-feira, 21 de abril de 2009

Muralhas…

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Sinto as arestas polidas
De fortificação sempre recente,
De dor e engano construídas
Para defesa de coração e mente.

Sinto o medo de quem lá vive,
Atrás das muralhas onde já estive...

Nas minhas muralhas já abri alguns portões,
Embora também tenha medo de ladrões!

Já sorri e chorei empoleirado
Em ameias dos meus sentimentos,
Defendendo-me do exército empoeirado
Querendo dar-me alguns tormentos.

Alguns conseguiram, outros não.
Outros tentaram e lutaram em vão.
Eu chorei e construi novas muralhas
Para me proteger de algumas falhas.

Mas dou por mim de tempos a tempos
A derrubar pedra e argamassa,
Pois as lições aprendidas a passos lentos
Tão marcadas em tantos tentos.

Não interessa o número de muralhas que faça...
Podem haver pessoas de bem à porta de minha casa.

Sorrio ao ver outros castelos no ar,
Construídos com pedras iguais!
Mostro também as minhas ruínas sem par,
Com alguns portões de pé!...
Pois como quase tudo na Vida,
É uma questão de fé.

Porque medo toda a gente tem…
Porque a Vida vive-se aprendendo lições,
Todas as muralhas eventualmente se derrubam
Para ficarem simples recordações,
Reminiscências do que já interiorizámos:
Para a próxima já sabemos o que realmente queremos!

4 comentários:

Rabisco disse...

Acho que não vou continuar a dizer que cada vez que cá venho saio surpreendido, mas sinto mesmo vontade de o dizer.

Muralhas...
Como consigo derrubar as muralhas que o tempo construiu à minha volta?

Uma coisa é certa, nunca se sabe quem de bem pode estar à porta delas...

Mas continua a dúvida... como abalar ou abrir muralhas do tempo?

Abraço forte
=P

Anónimo disse...

às vezes é preciso construir muralhas...
mas não sejam ela demasiado fortes que nunca consigam ser derrubadas, nem demasiado fracas, que caem à primeira ventania...
e que haja sempre portões, à espera de ser abertos a quem vier por bem...

bonito texto, gostei...

... Henrik ... disse...

Rabisco,

A questão é mesmo saber o que fazer. Eu tenho consecutivamente construido e desconstruido as muralhas tendo o cuidado de deixar as portas.

Assim posso ver o que me rodeia, mas ainda lá tenho as portas que me lembram o que passei e que de certa maneira constituem "checkpoints" para as minhas futuras vivências.

A idade e a experiencia de vida constroem a maturidade e respectivas defesas.

Essa tua dúvida só tu a podes esclarecer. É apenas saber que processo funciona melhor com a tua atitude perante a vida. Comigo funciona da maneira que transmiti.

Abraço! =)

... Henrik ... disse...

HannaH,

Constroem-se sempre...

Sabes, essa é uma boa maneira de ver as cousas. Mas a minha experiencia diz-me que devo derruba-las para poder ver além delas. Se tu consegues boa visibilidade da realidade sem as destruires é uma boa, senão estarás sempre no teu mundo e não conseguirás ver para além dele. Mas quem sou eu...

Beijo e obrigado! =) *